Lembras-te quando me escovavas o cabelo e me arrefecias a sopa á janela, quando me contavas histórias e quando faziamos piqueniques na tua cama? Quando " expulsavamos " o avô do quarto para eu dormir contigo, quando ele me punha manteiga nas torradas ou quando comiamos sopa ou presunto com melão ás 10 da noite? Lembras-te quando íamos ás compras em lisboa, quando íamos á praia e eu parecia um boneco de neve por causa do creme, quando nos perdíamos no metro, quando dávamos umas corridinhas para nao perder o autocarro, quando esperavas por mim no banco da escola, quando eu vestia os teus pijamas e eles me ficavam enormes, quando eu e a Rafaela te maquilhavamos no carnaval, quando desenhavamos as matrafonas, quando jogavámos ao jogo dos países com a margarida e as cartas, quando fazíamos popias de azeite, quando fazíamos as papas do alentejo ou quando eu chorava á noite que queria ir para casa? Lembras-te de como era bom tudo isso? Sabes como eu tenho saudades de tudo isso? Sabes como eu estou crescida e agora em vez de te querer maquilhar a ti maquilho-me a mim, em vez dos teus pijamas estarem enormes já começam a estar pequenos e em vez me esperares no banco da escola esperas em casa. Agora já nao fazemos as popias juntas, já nao provamos a massa que sabia horrivelmente a azeite, já nao fazemos piqueniques na tua cama e eu já nem durmo contigo como antes, nunca mais me contas-te as histórias que eu tanto gostava de ouvir.
Agora dou-te imensas dores de cabeça e preocupações, já nao tenho 2 anos, já nao sou um bebe de colo e de chupeta avó e peço desculpa por isso, se calhar cresci demasiado rápido e nao aproveitei tudo o que a infancia me tinha para dar, mas sempre dei o meu melhor em tudo o que fiz e sempre tentei fazer com que tu e o avô sorrissem de felicidade.
Deste-me tudo o que eu tenho hoje, ensinaste-me a ser a pessoa em que eu me tornei, tenho um grande grande coraçao, graças a ti, ensinaste-me a partilhar e hoje digo " partilhar, acima de tudo ". Ensinaste-me a rezar, ensinaste-me a nao ter medo de quem sou e daquilo que faço, enisaste-me a nao mentir, a dobrar camisolas, a ser mais calma e ajudar as pessoas e acima de tudo, ter prazer nisso.
Por mais tempo que passe, e por mais crescida que esteja vou sempre aprender contigo e tu comigo, mesmo que ás vezes tenha de ouvir raspanetes de 2 horas ( nao são duas, mas são quase )
E para ti, só tenho mesmo uma palavra :
OBRIGADÃO
terça-feira, 6 de julho de 2010
I'm a bird
" Se eu fosse um animal, seria..."
...se eu fosse um animal, seria um pássaro!
E porquê um pássaro? - perguntam vocês...porque não um cão ou um gato?
Um pássaro seria perfeito para mim, mas não queria ser um pássaro qualquer, daqueles de gaiola ou do zardim zoológico. Seria um pássaro livre, uma andorinha talvez.
Voaria para longe daqui sem que ninguém me tentasse prender.
Bateria com as minhas asas na leve brisa do vento e cheirava todos os odores de cada sitío por onde sobrevoasse.
Quando voltasse á terra Natal teria mil e uma histórias para contar sobre as mil e uma andorinhas que conheci e que como eu escolheram o mundo exterior como " lar, doce lar " e que como eu, também não deixaram que nunca lhes fossem tirado os sonhos.
E nao me perguntei porquê, nem eu mesma o sei.
No fim de cada viagem, de cada aventura, guerra ou batalha, victória ou derrota eu saberia que continuava a ser o melhor para mim e levantava a cabeça com orgulho em mim mesma e ía á luta da sobrevivência neste mundo tao cruel. Perder faz parte do caminho que temos que percorrer, caminho esse que tem de ser feito por nós proprios sem nunca evitar um obstáculo que nos é colocado e que nos é pedido para enfrentar, só assim aprendemos e crescemos.
Sonharia sempre com o proximo sitio, e assim teria a certeza de que ía mesmo acontecer.
E tal como uma andorinha que seria, partiria de novo, de malas ás costas e acenando a quem ficava e esperava pelo meu regresso.
E era assim que eu seria, se fosse uma andorinha, animal, livre e independente.
Faria tudo por tudo para que pudesse voar para sempre e cada vez mais alto, até alcançar o ponto mais alto do mais infinito céu, livre, seria eu...
by: Rute Nunes
E porquê um pássaro? - perguntam vocês...porque não um cão ou um gato?
Um pássaro seria perfeito para mim, mas não queria ser um pássaro qualquer, daqueles de gaiola ou do zardim zoológico. Seria um pássaro livre, uma andorinha talvez.
Voaria para longe daqui sem que ninguém me tentasse prender.
Bateria com as minhas asas na leve brisa do vento e cheirava todos os odores de cada sitío por onde sobrevoasse.
Quando voltasse á terra Natal teria mil e uma histórias para contar sobre as mil e uma andorinhas que conheci e que como eu escolheram o mundo exterior como " lar, doce lar " e que como eu, também não deixaram que nunca lhes fossem tirado os sonhos.
E nao me perguntei porquê, nem eu mesma o sei.
No fim de cada viagem, de cada aventura, guerra ou batalha, victória ou derrota eu saberia que continuava a ser o melhor para mim e levantava a cabeça com orgulho em mim mesma e ía á luta da sobrevivência neste mundo tao cruel. Perder faz parte do caminho que temos que percorrer, caminho esse que tem de ser feito por nós proprios sem nunca evitar um obstáculo que nos é colocado e que nos é pedido para enfrentar, só assim aprendemos e crescemos.
Sonharia sempre com o proximo sitio, e assim teria a certeza de que ía mesmo acontecer.
E tal como uma andorinha que seria, partiria de novo, de malas ás costas e acenando a quem ficava e esperava pelo meu regresso.
E era assim que eu seria, se fosse uma andorinha, animal, livre e independente.
Faria tudo por tudo para que pudesse voar para sempre e cada vez mais alto, até alcançar o ponto mais alto do mais infinito céu, livre, seria eu...
by: Rute Nunes
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